O MPA entende que a educação vai além da escola, da sala de aula, e que a roça, as manifestações culturais e religiosas, as lutas, o trabalho, a moradia, as cantigas se conformas em grande fazer pedagógico que educa e reeduca permanentemente as pessoas, num processo de partilha de conhecimentos entre gerações, preservando princípios e valores que cultivam a autonomia e o jeito de ser camponês.
Entendemos que a educação camponesa é um conceito que se vincula a um projeto de sociedade que afirma o campesinato como uma classe social, que no conjunto da classe trabalhadora busca contrapor o sistema capitalista e suas formas de dominação, exploração e expropriação do conhecimento a serviço de seus interesses.
Desde modo compreendemos esse grande conjunto pedagógico que conforma a educação camponesa, e dentro dele está os espaços de edução e ensino, que precisam partir dessas premissas para de fato serem mecanismos de produção do conhecimento, por isso lutamos arduamente pelo mantenimento das escolas nas comunidades camponesas, aliadas a um modelo de educação apropriado a realidade que não ignore o sujeito e o território camponês e que esse conceito inicie desde os anos primários até a graduação.
Turma de educadoras e educadores do programa Brasil alfabetizado em 2004
A educação camponesa não tem uma receita é um processo pedagógico que nasce no cotidiano das comunidades camponesas pautada por suas necessidades, seus princípios e valores que preservam a história e identidade do campesinato. Se fundamenta nos princípios da educação popular, na solidariedade de classe, na convicção pela causa, em que é possível transformar a realidade através da práxis -reflexão e prática.